Números foram apresentados no seminário que discute segurança pública
Em dez anos, Sergipe deixou de ser o 21º e passou a ser o 14º Estado mais violento do país. E o aumento da criminalidade tem exigido maior preparo dos profissionais de segurança pública. Esse foi um dos fatos discutidos durante o seminário “A Valorização do Servidor de Segurança Pública”, iniciado na tarde de ontem. O evento, que prossegue até às 18h de hoje, no auditório da Universidade Tiradentes, no bairro Farolândia, propõe um debate sobre as condições de trabalho dos agentes de segurança pública e a necessidade de melhorias em corporações como as polícias, o Corpo de Bombeiros e as Guardas Municipais.
No primeiro dia de seminário, houve dois painéis de discussão, que abordaram dados e causas da violência no país e a atuação do profissional da Polícia Civil, esse segundo tema tendo como palestrante o deputado federal João Campos, delegado do Estado de Goiás. Hoje, estará entre os palestrantes o deputado federal Protógenes Queiroz, delegado da Polícia Federal responsável pela Operação Satiagraha, uma das maiores ações policiais contra a corrupção realizadas no país.
O sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, diretor de pesquisas do Instituto Sangari e coordenador do estudo Mapa da Violência, foi o segundo palestrante de ontem. Ele afirmou que a criminalidade tem migrado das grandes metrópoles para o interior e Estados menores, como Sergipe, que antes era um dos Estados com menores taxas de homicídios do Brasil. “Com a melhoria dos aparelhos de segurança em Estados tradicionalmente mais violentos, Estados mais tranquilos como Paraná, Maranhão e Goiás têm sofrido mais com os crimes e os homicídios”, afirmou.
Na última edição do estudo Mapa da Violência, divulgado este ano, Sergipe apresentou uma taxa de 28,7 homicídios para cada 100 mil habitantes, índice que praticamente triplicou em dez anos. Os dados, que se referem a crimes cometidos em 2008, indicam que, em uma década, Sergipe, que tinha em 1998 uma taxa de 10,4 homicídios para cada 100 mil pessoas, deixou de ser o 21º Estado mais violento e passou a ser o 14º Estado mais perigoso do país. No mesmo período, São Paulo e Rio de Janeiro, antes entre os cinco mais violentos, ficaram na 25ª e 7ª posição, respectivamente.
Questionado sobre se a valorização do profissional que atua na área de segurança pública é o principal fator para se reduzir os índices de criminalidade, JulioJacobo ressaltou que existem outros aspectos importantes. “O que se espera da polícia é um melhor preparo. É claro que a questão salarial é importante, porque se espera que o policial melhor remunerado seja mais eficiente. Mas questões como respeito à cidadania e informações sobre o crime são igualmente importantes”, ponderou o sociólogo.
O deputado federal Mendonça Prado, responsável pela realização do evento, destacou que as forças de segurança pública têm enfrentado sérias dificuldades, a exemplo de baixos salários, planos de carreira ultrapassados ou inexistentes e falta de equipamentos. O seminário, aprovado através de requerimento à Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara Federal, presidida pelo deputado, tem a proposta de discutir esses temas.
“É com essa realidade que convivem milhares de homens e mulheres, pessoas que dedicam suas vidas a garantir a segurança de todos os cidadãos brasileiros. Por outro lado, são esses profissionais os primeiros a serem cobrados pela população, em seu justo anseio por uma segurança melhor. Assim, é inaceitável a situação de completa desvalorização por que passam os servidores de segurança pública em nosso país”, afirmou Mendonça Prado.
Fonte: JornaldaCidade.net
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