Mera coincidência ou uma estratégia planejada com objetivo definido? Essa é a pergunta que ficou no ar após a notícia de que a Polícia Militar de Sergipe realizará operações policiais na capital e interior do Estado justamente no dia 14/01, sábado, a partir das 08h00 da manhã.
Nessa mesma data já estava marcada e vinha sendo divulgada a realização de uma assembleia geral convocada por associações militares para discutir questões de interesse da categoria.
Para o vice-presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Sergipe (Aspra), sargento Anderson Araújo, é natural que o Comando da PM determine a realização de operações policiais, afinal este é o papel da PMSE. Na opinião de Araújo, o que soa estranho é que a realização da "Operação Cerco" na Grande Aracaju e da "Operação Divisa Segura" no interior do Estado, tenha sido definida exatamente para a mesma data e horário em que a categoria decidiu se reunir em assembleia geral para discutir a pauta de reivindicações feita ao governo.
"É muita coincidência a PM decidir fazer essas operações no dia da nossa assembleia geral, ainda mais determinando que os policiais que estejam saindo de serviço permaneçam nos seus batalhões e sem publicar nada em boletim. Isso só vem corroborar com a nossa luta por direitos trabalhistas e com a importância da definição da nossa carga horária, que é um dos pontos de pauta que vem sendo defendidos pelas associações", afirmou Araújo.
Outro fato curioso foi a informação publicada no site da PMSE de que neste mês de janeiro estariam sendo pagas as gratificações por atuação em eventos (GRAE) que estão em atraso desde o ano passado. "Há policiais que trabalharam no dia das crianças de 2011 e até hoje não receberam a GRAE", informa Araújo. Esta parece ser mais uma estratégia para tentar convencer o policial militar a se voluntariar para trabalhar no Pré-Caju em troca da famigerada GRAE, já que foi cogitada a possibilidade dos militares não mais se voluntariarem para os serviços extras mesmo com o pagamento da gratificação, a começar pelo Pré-Caju.
Para o deputado estadual Capitão Samuel (PSL) o governo já estaria reagindo à mobilização dos militares e a realização dessas operações é uma forma de tentar provocar um esvaziamento da assembleia geral. Para Samuel, essa é a hora dos militares mostrarem o quanto estão dispostos a lutar pelas melhorias que desejam, comparecendo em peso à assembleia. O deputado garantiu que mais uma vez estará presente ao lado da categoria.
Sobre a possibilidade de a assembleia geral não ser realizada, o sargento Araújo disse que isso não existe. "Não podemos determinar quando a PM irá realizar suas operações, mas nossas convocações sempre foram feitas chamando para a discussão os companheiros que estejam de folga e pedindo a todos que compareçam desarmados. Por isso acreditamos que os colegas que estarão de folga amanhã comparecerão ao Cotinguiba e nossa assembleia será realizada normalmente. Até alertados para a presença de possíveis 'espiões' nós já fomos, mas isso não nos surpreende e não tira nossa tranquilidade", concluiu o vice-presidente da Aspra.
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