Considerado por especialistas um dos grandes problemas da segurança
pública no Rio nesta década, o crime de milícia será incluído no Código
Penal. É o que propõe a subcomissão da Comissão de Constituição e
Justiça da Câmara dos Deputados, criada para debater e propor uma
revisão do código. Hoje, quem comete o delito responde a diversos
crimes, como extorsão. Com a mudança, será julgado ainda pelo de
milícia. O secretário de Estado de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, ressalta a importância da tipificação do crime de milícia.
-
Se o crime estiver tipificado no Código Penal, vai facilitar e agilizar
muito a investigação policial e viabilizar a prisão de mais milicianos -
opina. Para o deputado federal Alessandro Molon (PT), relator da
subcomissão da Câmara, a realidade do Rio, com a expansão das milícias,
mostra a gravidade do crime e a necessidade de puni-lo de forma mais
dura.
- É preciso dar instrumentos aos judiciário que possibilitem
respostas à altura do delito, que inclui uma série de elementos que o
tornam grave, como a participação de agentes do estado. Paulo
Storani, consultor de segurança e ex-capitão do Bope, não acredita que o
simples endurecimento da lei vá resolver o problema, agravado nos
últimos anos com o enfraquecimento do narcotráfico.
- Mais uma
vez, queremos solucionar uma questão tão complexa com a caneta. A
inclusão no código vai ajudar, mas precisaria estar inserida numa
política pública mais abrangente - opina. A postura de
criminalização da milícia se repete com o jogo do bicho, hoje apenas uma
contravenção penal, infração considerada crime de menor gravidade. O
bicho também entrará no código.
Outras mudanças previstas
Homicídio
- Para os crimes de homicídio, as penas vão ficar mais duras. No
simples, a subcomissão estuda aumento das penas mínima, que hoje é de
seis anos, e máxima, de 20. Para o qualificado, será modificada apenas a
pena mínima, de 12 anos.
Preconceito - O homicídio cometido por
preconceito deixa de ser simples e passa a ser qualificado,
independentemente do tipo de discriminação que tenha motivado o delito.
Trabalho escravo - Hoje com pena de dois a oito anos de prisão, é crime que terá punição endurecida.
Latrocínio - Crime contra o patrimônio e com uso da violência, poderá ter pena, que hoje é de 20 a 30 anos, aumentada.
Crimes
contra a honra - Quem cometer injúria, calúnia e difamação num meio em
que a repercussão possa ser potencializada (como internet, ou mesmo
jornal), também poderá ficar mais tempo atrás das grades.
Corrupção
- A subcomissão já dá como certo o aumento da pena para os funcionários
púbicos que cometerem o delito. Além disso, defendem que o crime possa
ser caracterizado se o aumento do patrimônio for incompatível com a
renda e o acusado não conseguir comprovar a origem legal dos recursos.
Fonte: Extra/Blog da Renata
Fonte: Extra/Blog da Renata
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