sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Processos: Assomise emite nota de repúdio

É mister a sociedade organizada, OAB, Direitos Humanos e a Igreja  fazerem juntos com instituições policiais e bombeiros militares um estudo aprofundado sobre como está situado o cidadão policial militar, cidadão este instruído, preparado, consciente do seu papel institucional, mas que tem sido vítima do braço forte do próprio estado. Estudamos nos bancos escolares como agiu os governos militares, lemos óbvio, sobre o que nos foi colocado por historiadores, depois veio os constituintes de 1988, homens que fizeram do seu discurso sobre ditadura, trincheira onde se colocaram e de lá não saíram mais, com sede varonil impuseram a gerações o mesmo remédio amargo. A constituição mais cidadã do mundo, não acolheu o cidadão brasileiro que veste farda, somos injuriados e afrontados cada vez que falamos ou buscamos um direito nosso.

Há de se perguntar, por que essas coisas acontecem? Por que outras instituições dessa sociedade usam períodos idos como escudo, ou arma persuasiva onde sempre invocam o estado democrático de direito e vulnerabilidade do povo como desculpa? Não, definitivamente não dá mais, temos sido testados de forma feroz sem sequer podermos nos defender. Santo agostinho dizia que  "Uma lei injusta não é lei alguma". Em 31 de março de 2010, segundo  a Agencia Sergipe Notícias o superintendente do Hemose, Sr. Gustavo Santos Silva, após receber 12 voluntários Pms e mais 04 Bombeiros militares classificou a doação de sangue como ato de boa vontade da sociedade, em 19 de Janeiro de 2012, 300 companheiros Pms e Bms,  após pedido do Sr. José Alberto Barreto, superintendente do Hemose, abasteceram o banco de sangue. Este informou que é sempre delicado o período do Pré-Caju e que não havia nenhum empecilho em os militares demonstrarem esse ato de solidariedade cristã, o TAC (termo de ajustamento de conduta), feito entre o MPE, PMSE e ASSOCIAÇÕES UNIDAS, ficou acordado que os policiais trabalhariam como voluntários, quem quisesse se apresentaria para trabalhar, a lei 1.075 de 27 de Março de 1950 trata sobre a doação voluntária de sangue, e não há necessidade falar nela. 

A Assomise, através do seu presidente, o Maj. Adriano Reis lamenta  e conclama a sociedade a refletir sobre o que 300 policiais militares que doaram vida através do seu sangue irão passar. O Ministério Público Militar denunciou esses profissionais de segurança pública por crime de motim podendo serem condenados de 4 a 8 anos de prisão, podendo chegar à perda da função pública e serem expulsos da PMSE, que análise faremos? Em mais de 3 anos cerca de 3 mil militares foram submetidos aos mais diversos procedimentos disciplinares, fomos persuadidos a recuar, porém não vimos tamanho zelo quando as associações unidas denunciaram o péssimo estado de conservação de batalhões e companhias, não vimos o ministério público responsabilizar ou denunciar nenhum gestor público pelo fato de viaturas estarem com licenciamento atrasado, com pneus carecas , não vimos  após denunciarmos serem adquiridos armamento, colete balístico, uniformes, não vimos ninguém dos direitos humanos, O.A.B. ou da igreja se solidarizarem com as famílias do Cabo Aécio e do Soldado Èlder, mortos por delinquentes quando iam trabalhar em serviço extra.

Enquanto não há concurso público, o MPM denuncia 300 pais de família que a partir de agora sairão de casa para trabalhar sem saber o que o futuro lhe reserva, em momento nenhum cometemos crime ou indisciplina, não nos sentiremos melindrados a falar, pois conhecemos o nosso papel, sabemos nesse jogo de xadrez, onde e quando cada peça é colocada, e qual a sua finalidade, sabemos quem escolheu qual posição na História, quem se dignou a dar a sua parcela de contribuição, que papel constitucionalmente tem cada instituição e os paradoxos nos quais se veem à sua volta, o Major Adriano Reis coloca à disposição de todos os policiais militares a assessoria jurídica da Assomise, cometimento de crime por ter doado sangue por solidariedade é demais! 

A sociedade precisa estar atenta, policiais militares estão sendo ultrajados, mas continuaremos vigilantes, e recordando as palavras do  Cristo, lembramos quando ele falou às mulheres que choravam no caminho do calvário "Não choreis por mim. chorai antes por vossos filhos. Se fazem isso com lenho verde, o que não farão com lenho seco".

Ascom ASSOMISE

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