sábado, 23 de março de 2013

Governo obriga BOPE a retirar símbolo da caveira do uniforme

O Deputado Fraga, personagem de Irandhir Santos no filme Tropa de Elite 2, após uma ação do Batalhão de Operações Especiais em uma rebelião que acabou com presos mortos pela unidade policial, questionou como “ninguém acha estranho uma polícia cujo símbolo é uma caveira”:

Em 2012, uma portaria Ministerial, editada pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República orientou o seguinte para as secretarias de segurança pública estaduais:
XVII - é vedado o uso, em fardamentos e veículos oficiais das polícias, de símbolos e expressões com conteúdo intimidatório ou ameaçador, assim como de frases e jargões em músicas ou jingles de treinamento que façam apologia ao crime e à violência;

Toda esta oposição cultural e legal à simbologia utilizada pelas polícias, notadamente as unidades especializadas em operações de alto risco (BOPE’s, COE’s etc), chegou à instância política: o Governador da Paraíba proibiu que o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar da Paraíba utilizasse a caveira como símbolo da unidade:

O Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar da Paraíba (Bope) está proibido de usar, em sua farda, o símbolo do punhal encravado numa caveira. A determinação foi publicada no boletim interno da PM que circula nesta sexta-feira (22), mas os integrantes do Bope já retiraram o emblema de suas fardas nesta quinta.

O uso da caveira como símbolo do Bope gerou protestos do Conselho Estadual de Direitos Humanos e um discurso àspero do deputado Luiz Couto (PT), na tribuna da Câmara Federal. A polêmica ficou ainda mais acirrada depois da quinta-feira passada (14), quando, durante a comemoração do primeiro ano de aniversario do Batalhão Especial da Polícia Militar da Paraíba, o comandante geral da PM, coronel Euller Chaves, vestiu o uniforme preto com o símbolo.

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De um lado, aqueles que acham que a caveira com um punhal encravado é, tão somente, a representação da “vida sobre a morte”. De outro, os que ignoram este significado interno a determinadas organizações policiais, e afirmam que os símbolos intimidam a população, e estimulam a prática repressiva arbitrária pelos policiais.

Considerando que os símbolos alimentam justificações e práticas, sustentando culturalmente um grupo de indivíduos, é preciso que modificações como esta, que atingem um elemento histórico das unidades de Operações Especiais, sejam realizadas pensando-se, inclusive, em substituições culturais equivalentes: sai a caveira e entra o quê? Talvez isso pudesse ser discutido com os próprios policiais componentes das unidades que utilizam a “caveira”.

É fato que a caveira assusta e intimida, e que, para ser uma unidade de Operações Especiais, não precisa ostentar este símbolo, vide o que outras unidades internacionaisespecializadas em ações de alto risco adotam como marca. Mudar, sim, mas com uma rediscussão simbólico-cultural das unidades de operações especiais brasileiras.

E você, o que acha?

Fonte: Abordagem Policial

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