
Mesmo reconhecendo os benefícios do Pré-caju para os setores turísticos, econômicos e culturais da capital, José Firmo criticou o modelo da festa, que potencializa durante cerca de um mês um problema latente em Aracaju: a mobilidade urbana. O representante do Fórum defendeu que fosse feita uma análise mais profunda, com estudos de impacto e com a participação mais efetiva da sociedade civil para se decidir quanto à viabilidade de se manter o trajeto da prévia carnavalesca, hoje feito pela Avenida Beira Mar, uma das mais importantes vias da cidade, que liga a zona norte à zona sul.
“O Fórum não é contra o Pré-caju. A festa leva o nome de Aracaju para além fronteiras, gera empregos temporários e estimula a economia local. Porém, questões relativas à mobilidade urbana e à acessibilidade não estão sendo levadas em consideração neste debate”, ponderou Firmo.
Ele denunciou ainda a existência de uma portaria que dá amplos poderes para decidir sobre onde e como realizar o Pré-caju à Associação Sergipana de Blocos e Trios (ASBT), entidade que coordena a realização da festa desde a sua primeira edição.

Financiamento público para festa privada
Iran trouxe ainda à tona uma questão pertinente, que é a apropriação do espaço público por setores privados. “Se a festa gera lucros, por que o poder público precisa entrar com recursos públicos?”, questionou o vereador petista.
Reforçando a defesa de Iran, a vereadora Lucimara Passos (PC do B) lembrou da recente decisão da justiça sergipana que proíbe a realização de festas privadas na Praça de Eventos da Orla de Atalaia. “Está se utilizando de dois pesos e duas medidas para o julgamento quanto à legalidade do uso do espaço público para a realização de festas privadas”, opinou a vereadora.
O músico sergipano Henrique Teles lembrou do papel fundamental exercido pela Câmara Municipal no que diz respeito à justiça preventiva. “Quando se cria uma lei que beneficia uma família em particular e que modifica a estrutura da cidade, está se retirando direitos de toda a população. E se deixamos que interesses políticos se sobressaiam aos interesses da sociedade, não estamos fazendo justiça”, avaliou.
Fonte: Página da Deputada Ana Lúcia
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