quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Treinamento na PM: ministra da Secretaria de Direitos Humanos vai acompanhar inquérito

A ministra Maria do Rosário Nunes, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, irá acompanhar as investigações sobre a morte do recruta Paulo Aparecido Santos de Lima, depois de um treinamento no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Cfap). Esse é o primeiro caso envolvendo a Polícia Militar de um estado a ser apurado pelo Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, que atualmente acompanha 23 denúncias de violação de direitos durante cursos ministrados pelas Forças Armadas.

— Acredito que o caso tenha a ver com a cultura militar, em que não se pode manifestar o limite do corpo. Mas o corpo tem limite e isso não significa fraqueza. Essa cultura precisa ser transformada. Um treinamento que produz sofrimento e morte precisa ser revisto — revolta-se a ministra.

De acordo com Maria do Rosário, a ideia é que o grupo cobre soluções para a morte do aspirante e proponha mudanças para esse tipo de formação, a fim de que sejam tomadas medidas preventivas. Acompanhamento médico mais presente e instrutores que observem de perto os alunos são sugestões que serão analisadas.

A ministra também levará o caso — classificado por ela como “uma tragédia” — ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo:

— O rapaz estava cheio de sonhos e com vontade de contribuir com a sociedade. Foi uma morte terrível para ele, para seus colegas e para a instituição. Se o objetivo desse treinamento é que ele desumanize as pessoas, nós estamos aqui dizendo o contrário, porque os alunos precisam de respeito. Se existem pessoas responsáveis, elas têm de ser punidas.

Depois do término das investigações, a ministra pretende fazer uma homenagem a Paulo Aparecido no Cfap, a exemplo do que foi feito no caso do cadete Márcio Lapoente da Silveira.

Por meio de um Acordo de Solução Amistosa, a Secretaria de Direitos Humanos conseguiu o reconhecimento da morte de Márcio — na Academia das Agulhas Negras, em 9 de outrubro de 1990 — e a reparação para a família. O caso foi mostrado pelo EXTRA no domingo

Fonte: Extra/Globo

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