sexta-feira, 21 de março de 2014

Governo JB é uma “sopa de letrinhas” e o reajuste do servidor uma “mosca só beirando o prato”!

O jornalista Habacuque Villacorte possui blog no Portal Faxaju
 
Foi cantarolando “nem vem de garfo, que hoje é sopa” que o governador Jackson Barreto (PMDB) respondeu às cobranças dos servidores públicos. Lembrando o sucesso de Wilson Simonal (Não vem que não tem), o chefe do Executivo se exime das cobranças e até desdenha do funcionalismo. Várias categorias estão com seus salários defasados, longe da realidade. Sem contar que em 2013 os servidores já não tiveram reajuste salarial e sequer foi corrigida a perda da inflação do período. O quadro é sombrio para 2014 também. As perspectivas não são positivas. Assustam! O prazo está se eximindo e o governador parece não se preocupar tanto com isso, não fazer disso um “cavalo de batalha”.

Politizando até poderia poupar o excesso de críticas ao governador, encarar sua descontração de outra forma, mas Jackson Barreto não pode deixar de ser cobrado, de ser questionado. Hoje seu governo atravessa uma realidade financeira difícil porque ele o transformou em uma “sopa de letrinhas”, em uma “colcha de retalhos”, dividido entre aliados políticos e cabos eleitorais. O governo está fatiado, são nomeações e mais nomeações, quase que diariamente. O governo está inchado, bem próximo dos limites máximos estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Isso não pode ser usado como desculpa para não conceder o reajuste do servidor. Jackson usa, escancaradamente, a máquina para fazer política, para vencer a eleição.

Politizando até já elogiou alguns nomes do Ministério Público Estadual na pessoa da promotora Euza Missano. Infelizmente, nunca na história desse Estado (plagiando o ex-presidente Lula) se viu um MP tão “governista” como sob a presidência de Orlando Rochadel. A legislação é clara, os direitos dos servidores estão garantidos e expressos em lei, mas não são respeitados e o MP “assiste a tudo, em cima do muro”! Enquanto isso, o governador desdenha publicamente, cantando (em síntese) que não adianta o servidor cobrar, se manifestar, entrar em greve ou pressionar, que ele não vai ceder! Será que ele vai ter esse mesmo discurso no período eleitoral?

Enquanto o governador desdenha do reajuste do servidor, os trabalhadores são obrigados a continuar recebendo um salário base de R$ 622. E o pior: quando qualquer categoria do funcionalismo se mobiliza e vai para as ruas, entra em greve, é impressionante a rapidez do Poder Judiciário em decretar inconstitucional aquela paralisação. Agora por que não decretar inconstitucional o governo do Estado não pagar o que deve? Por que o Judiciário sergipano não determina um corte drástico nos comissionados/cabos eleitorais que o governo mantem em sua estrutura administrativa? Por que não favorecer a coletividade? São perguntas que não querem calar...

E o pior: o governador fazer pouco caso? Ironizar a realidade do funcionalismo? Tem servidor público endividado, sem condições de manter a família com um salário tão defasado. Se já é difícil para quem recebe o rendimento atualizado, imagine para quem não tem aumento desde 2012? Aumenta passagem de ônibus, alimentação, energia, água, telefone! Aumenta tudo! Menos o salário do servidor. Hoje pode ser “sopa” para o governador, mas quem sabe nem isso o servidor tenha condições de ter na mesa. Politizando se solidariza com os trabalhadores que foram enganados (sim o termo é esse) por um governo que desde 2007 promete estabelecer um plano de cargos e salário e até hoje é só promessa.

Se hoje é dia de sopa para o governador, o servidor deve ser aquela “mosca”, que fica rondando o prato, buscando beliscar algo. Sergipe já teve governos ruins que não prestigiaram os servidores, mas de 2007 para cá as categorias vivem, certamente, a pior relação administrativa de todos os tempos. E o governador ainda faz chacota! Ainda canta, faz versinho. Até hoje Politizando espera a reforma administrativa que Jackson Barreto prometeu no final do ano passado. Ele prometeu cortes consideráveis nos excessos, nos cargos em comissão. A máquina está inchada, abarrotada! O grupo musical “Palavra Cantada”, já propaga o cântico: “O que tem na sopa do neném? Será que tem espinafre? Será que tem tomate?”. Pode até ter tudo, menos um “tempero” que ajude o servidor a digerir melhor a sua realidade...
 

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