Policiais não entendem burocracia da SSP para ser notificada
Policiais fazem ato em frente a sede do IML
O Sindicato dos Policiais Civis de Sergipe (Sinpol) estranha que a Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSP/SE) não tenha conhecimento da greve da categoria. O presidente do Sinpol, Antônio Morais, diz que a burocracia da institução está fazendo com que a SSP viva em um conto de fadas. A greve dos Policiais Civis de Sergipe (PC) completou nesta sexta-feira, 21, seu segundo dia.
“Desconhecer a greve é fazer de conta que ela não está acontecendo. Nós encaminhamos a notificação da paralisação aos policiais, agora se a burocracia ainda não tem uma informação a culpa não é nossa. Eles estão agindo do ponto de vista fictício, é como viver no mundo de Alice no país das maravilhas”, disse o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Sergipe, Antônio Morais.
A classe esteve reunida nesta manhã na porta do Instituto Médico Legal (IML), para reivindicar novamente pelos seus direitos, mesmo após a Superintendente da Polícia Civil, Katarina Feitosa, ter anunciado em coletiva de imprensa realizada na sede da SSP, na tarde desta quinta-feira, 20, que o órgão ainda não havia sido informado oficialmente sobre a greve dos policiais.
Ainda segundo Antônio, o movimento já tem o apoio de 1.300 policiais, e a expectativa é que novos agentes adiram à greve. “A cada dia que passa mais policiais estão aderindo a greve. Sabemos que a população sairá prejudicada, mais iremos agir para que 30% do limite convencional que a lei prevê seja mantido“, disse.
Entre as pautas de reivindicações da categoria está a promoção automática dos agentes; incorporação de uma gratificação; reintegração de 15 agentes de polícia que foram desligados da PC; reenquadramento de 45 servidores que atuam como PC mais não recebem salário de polícia; regularização da situação funcional dos servidores da Coordenadoria Geral de Perícias (COGERP); além do pagamento de reajustes lineares atrasados.
Negociações
Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag), haverá uma reunião entre o secretário do órgão, João Augusto Gama, e categoria, às 11h desta sexta-feira, na sede do órgão.
De acordo com o Sinpol, na próxima quinta-feira, 27, os policiais civis farão uma reunião com o governador do Estado, Jackson Barreto, para buscar soluções para categoria. Eles esperam ser atendidos pelo chefe do Executivo Estadual.
Transtornos
A paralisação dos PC no Estado trouxe muitos transtornos a quem precisou de atendimento no IML. É o caso do servidor Nelito Vitória que agendou o atendimento no órgão há uma semana. Ele veio de Salgado, município distante 54 km da capital para fazer um corpo de delito e a informação que teve, foi que o instituto não abriria hoje. “É uma vergonha, porque a gente vim de longe, do interior e passar por isso ainda, não sermos atendidos, é uma negação”, disse.
O funcionário Público Silva Rodrigues, saiu a favor dos policais, mas defendeu a permanencia das atividades de 30% do efetivo. “Transtorno é, mas o Governo tem que dá um parecer aos policiais. Sou a favor da greve, agora o que não pode ocorrer é que a gente fique sem atendimento. Eles têm que deixar os 30% previsto na lei”, disse.
A greve dos policiais também trouxe muito transtorno para o carpinteiro Josenilson dos Santos, que levou o seu irmão que pretendia fazer o exame de corpo de delito. Ambos chegaram às 5h no órgão, e após quase duas horas e meia de espera, não esconderam a insatisfação da espera. “Quando chegamos aqui o rapaz disse que seriamos atendido. Agora depois de muita espera, a informação é de que não haverá atendimento. É um absurdo, tenho que fazer esse exame para entregar ao delegado”, relata.
Leonardo Dias e Raquel Almeida
Fonte: Portal Infonet
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