sexta-feira, 24 de abril de 2009

Sindicância de PMs já foi iniciada

Quatro oficiais foram denunciados por motim. Por enquanto não houve prisões
Moema Lopes, do Emsergipe.com


O capitão Samuel e os sargentos Vieira, Edgar e Prado vão responder por crime de motim, por participarem de manifestações em prol da melhoria salarial dos policiais militares. A denúncia foi do Ministério Público Militar, mas até o momento eles ainda não foram oficializados sobre o processo. “O conhecimento que se tem é pelo site do tribunal, mas ainda não se sabe o teor das acusações. Só se sabe que é por crime de motim. Oficialmente, eles ainda não foram citados por esse processo”, informou o advogado da Associação de Praças Militares de Sergipe (Asprase), Sérgio Bezerra.

Advogado da Asprase, Sérgio Bezerra, disse que o governo está indo de encontro à democracia

Os quatro, mais três oficiais, também estão respondendo em uma Sindicância aberta pelo Governo do Estado, para apurar as participações deles na queima de Judas ocorrida na Praia de Atalaia no Sábado de Aleluia e em uma entrevista concedida pela imprensa. “Nessa entrevista eu apenas fiz a entrega do cargo da SMTT de Nossa Senhora do Socorro para que o município não fosse prejudicado. Retornei ao quartel, não assumindo meu posto porque estava de licença médica. Mas, sempre estive na condição de presidente de associação. E, agora, estou como comandante das Operações de Policiamento do Interior”, explicou o capitão Samuel.

A Sindicância teve início hoje, 24. O capitão Samuel, que também é presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar, foi o primeiro a ser ouvido. Além dele, os sargentos Araújo, Edgar, Vieira e Prado também prestaram depoimento nesta manhã. “Hoje o que está sendo apurado são possíveis transgressões disciplinares. Há uma intervenção do Estado para que eles fossem ouvidos. Mas, as informações publicadas de que eles poderiam sair daqui presos são extra-oficiais”, disse Sérgio Bezerra. Segundo ele, a atitude do Governador Marcelo Deda não condiz com a política que ele prega.

“Uma pessoa que sempre participou de movimentos sociais e que pregava a democracia, está dando a entender, na minha opinião, que prega uma política de opressão contra uma classe que está fazendo um movimento. Em momento algum eles se aquartelaram, ou deixaram de ir trabalhar para participar de assembléias. A única coisa que reivindicam é a melhoria salarial. Ao meu ver o Governador de Sergipe, que sempre foi uma pessoa do movimento do trabalhador, está indo de encontro ao que sempre pregou. E, deixo bem claro que a insatisfação não é só dos policiais. É do professor, dos servidores públicos, médicos, etc”, declarou.


Coronel Antônio Vieira, responsável pela Sindicância, não passou detalhes dos depoimentos

O responsável pelas ouvidas, coronel Antônio Vieira, disse que tem um prazo de 15 dias, a ser prorrogado por mais 10 dias, para apresentar o resultado da Sindicância. “Poderás ser detectada indução, ou não, de crime ou transgressão disciplinar”, disse ele, sem passar mais detalhes sobre a apuração. “Espero em Deus, somente nele, que atue na cabeça dos responsáveis por garantir a lei dos homens”, desabafou o capitão Samuel, logo após prestar seu depoimento.

Fonte: www.emsergipe.com

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