Muitos países cultivam absurdos travestidos de ‘tradições’. O Brasil é um deles.
“A humanidade é desumana”, como dizia Renato Russo. No Marrocos, uma menina de 16 anos tomou veneno de rato no último sábado porque foi forçada a se casar com o homem que havia lhe estuprado há um ano.
Lá, a legislação livra o estuprador de um processo criminal se ele concordar em se casar com a vítima, para “não agredir a honra da família”. Assim, o tarado aceita se casar, e a mulher – vítima desse absurdo – não pode fazer nada. A não ser se matar.
Entidades locais e até de outros países pressionam para que os políticos do Marrocos atualizem suas leis de acordo com a dignidade da pessoa humana.
E a polícia?
Cada país tem seus absurdos travestidos de ‘tradições’. Felizmente, o Brasil está anos luz à frente do Marrocos, no tocante a casos de estupros e outros aspectos.
Porém, um policial militar brasileiro [só a título de exemplo] não pode se casar sem antes pedir autorização ao seu superior. Sair do estado sem o aval do chefe? Nem pensar!
Calma, não criemos pânico. É óbvio que hoje em dia nenhum superior se mete a besta de cumprir à risca o militarismo e impedir o matrimônio de um subordinado. Seria um papel ridículo. Mas se ele quiser...
Já a autorização para sair de Campina Grande a Caruaru (ou da Paraíba para qualquer outro estado) ainda é exigida por aí, mesmo se o policial estiver de folga, com sua família, querendo saber qual das duas cidades promove a melhor festa junina.
Tem mais: médico, enfermeiro, engenheiro, professor, dentista, analista, economista, vereador, senador, deputado [etc.], quando estão de folga, não são obrigados a trabalhar de graça. O policial militar é. Senão vai preso.
Tradições
É claro que a tragédia vivida pelas marroquinas é muito mais abominável do que a moderna e sutil escravidão policial brasileira. Como dissemos, em comparação com Marrocos, o Brasil é um país extremamente evoluído.
Mas na casa de Pelé, Ronaldinho e Neymar ainda existem resquícios de um passado abominável que, para uma nação tão relativamente avançada, não deveriam mais constar como força de lei.
Errata da canção
Na música que inicia este texto, Renato Russo diz que “o sol nasce pra todos; só não sabe quem não quer...”
O cantor morreu antes das greves na Bahia e no Rio de Janeiro...
Fonte: Paraíba em QAP
“A humanidade é desumana”, como dizia Renato Russo. No Marrocos, uma menina de 16 anos tomou veneno de rato no último sábado porque foi forçada a se casar com o homem que havia lhe estuprado há um ano.
Lá, a legislação livra o estuprador de um processo criminal se ele concordar em se casar com a vítima, para “não agredir a honra da família”. Assim, o tarado aceita se casar, e a mulher – vítima desse absurdo – não pode fazer nada. A não ser se matar.
Entidades locais e até de outros países pressionam para que os políticos do Marrocos atualizem suas leis de acordo com a dignidade da pessoa humana.
E a polícia?
Cada país tem seus absurdos travestidos de ‘tradições’. Felizmente, o Brasil está anos luz à frente do Marrocos, no tocante a casos de estupros e outros aspectos.
Porém, um policial militar brasileiro [só a título de exemplo] não pode se casar sem antes pedir autorização ao seu superior. Sair do estado sem o aval do chefe? Nem pensar!
Calma, não criemos pânico. É óbvio que hoje em dia nenhum superior se mete a besta de cumprir à risca o militarismo e impedir o matrimônio de um subordinado. Seria um papel ridículo. Mas se ele quiser...
Já a autorização para sair de Campina Grande a Caruaru (ou da Paraíba para qualquer outro estado) ainda é exigida por aí, mesmo se o policial estiver de folga, com sua família, querendo saber qual das duas cidades promove a melhor festa junina.
Tem mais: médico, enfermeiro, engenheiro, professor, dentista, analista, economista, vereador, senador, deputado [etc.], quando estão de folga, não são obrigados a trabalhar de graça. O policial militar é. Senão vai preso.
Tradições
É claro que a tragédia vivida pelas marroquinas é muito mais abominável do que a moderna e sutil escravidão policial brasileira. Como dissemos, em comparação com Marrocos, o Brasil é um país extremamente evoluído.
Mas na casa de Pelé, Ronaldinho e Neymar ainda existem resquícios de um passado abominável que, para uma nação tão relativamente avançada, não deveriam mais constar como força de lei.
Errata da canção
Na música que inicia este texto, Renato Russo diz que “o sol nasce pra todos; só não sabe quem não quer...”
O cantor morreu antes das greves na Bahia e no Rio de Janeiro...
Fonte: Paraíba em QAP
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