segunda-feira, 15 de maio de 2017

BGR aponta para transgressão e crime militar em desfavor de Vivaldy Cabral

A jornalista Iane Gois divulgou nesta quinta-feira (11), a informação de que Boletim Geral Reservado (BGR), aponta para transgressão e crime militar em desfavor do comandante do policiamento da capital, tenente coronel Vivaldy Cabral, que teve sua pistola furtada. Iane explica que “falhas existiram não somente quando o próprio Vivaldy deixou de comunicar o extravio ao superior, se é que isso aconteceu, como também na PM4 se ao ser notificada deixou de dar ciência ao oficial maior”.

Veja a matéria completa da jornalista:

Por Iane Gois

PMSE e o furto de pistola: BGR aponta para transgressão e crime militar em desfavor de Vivaldy. Haverá punição ou será mais um caso de pizza?

Finalmente teve desfecho o caso do tenente-coronel PM Vivaldy Cabral, comandante do CPMC, que teve a pistola ponto 40 Taurus, modelo PT 940, registro SBW 75728, com um carregador e dez munições de mesmo calibre furtada do veículo nas imediações de um bar na Orla de Atalaia em outubro de 2016, mas somente tornado público após a imprensa denunciar, em fevereiro de 2017, serviço intitulado pelo oficial como “maldoso”.

À época, o setor de comunicação oficial da PMSE informou que o Comando Geral só havia tomado conhecimento do ocorrido no mesmo momento em que os jornalistas e radialistas, porém as próprias normas da corporação levam ao questionamento da veracidade, uma vez que o procedimento comum nesses casos, ao menos quando não se trata de militares com ligação de parentesco com o comandante geral, Marcony Cabral, irmão de Vivaldy, segue um curso.

Segundo um oficial consultado, o trâmite em circunstâncias dessa natureza, após o registro do boletim de ocorrência, é o relato à PM4, setor responsável pelos armamentos e que, coincidentemente, tem como responsável o também parente de Marcony, tenente-coronel Edenisson, a fim de que haja o procedimento administrativo.

Assim sendo, falhas existiram não somente quando o próprio Vivaldy deixou de comunicar o extravio ao superior, se é que isso aconteceu, como também na PM4 se ao ser notificada deixou de dar ciência ao oficial maior. E se fosse com um soldado, o tratamento seria mesmo?

O fato é que, mesmo diante da tentativa de esconder o episódio e consequente apadrinhamento, a publicação do Boletim Geral Reservado (BGR) da Polícia Militar de Sergipe, homologado no último dia 05 como resultado do Inquérito Policial (IPM) nº 015/2017, mostrou que a maldade não foi da imprensa, que cumpriu a missão de informar, e apontou indícios de crime militar e transgressão disciplinar praticado pelo indiciado que, se não gozar de regalias por ser irmão do comandante geral, deverá responder junto à 6ª Vara Criminal, além da possibilidade de punição administrativa.

Vale ressaltar que a gravidade aqui não se faz na perda do armamento, exclusivamente, mas no descumprimento do processo legal que o caso requer dentro do próprio QCG, mediante o tratamento notoriamente diferenciado. E aí aproveita-se para questionar se não há mais irregularidades a serem apuradas, inclusive com indicativos de improbidade administrativa. Ao Comando Geral o fato foi realmente omitido? O que justifica o descumprimento das etapas fielmente desempenhadas quando o PM não desfruta dos prestígios dos laços consanguíneos? O possível resgate da arma foi considerado, ou simplesmente a certeza de que ia “dar em pizza” prevaleceu?

Com a determinação pela instauração do PAAD, resta aguardar para ver se, assim como o sargento recentemente punido administrativamente com a detenção disciplinar por dois dias, o irmão de Marcony terá a responsabilidade cobrada ou simplesmente pagará o valor da pistola e terá o processo arquivado.

Atentando para a balança em constante desequilíbrio, duas coisas são certas: a promoção a coronel do 2º Cabral da PMSE não será abalada, e o DESSERVIÇO não foi por parte da imprensa. Com a palavra, o Ministério Público.

Fonte: Faxaju

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