E-mail de um policial:
“É indiscutível que sua coluna é de grande repercussão no Estado, bem como se tornou um dos meios mais democráticos de expor as imoralidades existentes nas entrelinhas do serviço público. Não vou tecer comentários sobre a viagem da PM para a Bélgica, ou o adequado uso do helicóptero da SSP, quero relatar algo que fere diretamente o verdadeiro profissional de segurança pública, sua integridade moral, física e, sobretudo, sua realização profissional.
O fato ocorre na Delegacia da cidade de Santana do São Francisco. Assim como em várias Delegacias do interior do Estado, a de Santana do São Francisco é ocupada exclusivamente por Policiais Militares, que são lotados com a falsa designação de ser um "Destacamento Policial Militar", já que não desempenham suas funções que lhe são legalmente atribuídas. Naquela Delegacia não há policiais civis, nem delegado titular, a área é coberta pela Delegacia de Neópolis.
Não é necessário entrar em detalhes sobre as atribuições da Polícia Militar, pois todos estão cansados de saber que lugar de PM é na rua, no serviço ostensivo, preventivo e repressivo, não tomando conta de preso e de prédio público. Ressalto que a referida delegacia possui apenas uma viatura, que é da polícia civil (não há viatura da polícia militar), o que impossibilita o PM de fazer qualquer deslocamento com a mesma, haja vista que é do entendimento da Procuradoria do Estado, que isso se configura desvio de função, e consequente cometimento de infração por parte do condutor.
Ocorre que tal situação, por mais improvável que seja, foi agravada na última semana. A Delegacia de Neópolis entrou em reforma e todas as suas atividades foram transferidas para a Delegacia de Santana do São Francisco. Isso inclui também os presos, antes eram 05, agora esse número aumentou para 12. Mas pode-se perguntar: e os policiais civis que trabalhavam na delegacia de Neópolis? Eles também foram deslocados? Eles passaram a desempenhar suas funções na Delegacia de Santana do São Francisco? A resposta é NÃO. Por incrível que pareça, todos entraram em gozo de férias.
A situação é revoltante. O PM cumpre seu horário de serviço, é obrigado a desempenhar funções por força da hierarquia e disciplina, e ainda se depara com uma situação dessas. O que passou pela cabeça de quem concedeu férias a todos esses policiais civis? Que os PMs são "burros de carga"?Ah, o efetivo diário de serviço é de 01 ou no máximo 02 PMs. Então, 01 ou 02 PMs são responsáveis por 12 detentos, pelo prédio da SSP e pelo material ali existente (somente as armas são de propriedade da PM).
Nos últimos dias vimos que a liminar que decidia pelo afastamento dos PMs das Delegacias foi cassada sob a alegação de que estão ausentes os requisitos essenciais do risco de grave lesão ou de difícil reparação. Eu pergunto: Qual o grau de risco do PM que sozinho, é responsável durante 24h ininterruptas, por mais de uma dezena de presos? Em uma situação de rebelião ou fuga, ou ainda resgate de preso, quem será responsabilizado? Essa última é fácil responder: o PM (caso sobreviva). Pergunto ainda: Qual a reparação que o PM ou sua família terá do Estado, caso venha a ocorrer alguma fatalidade?”
Fonte: Blog do Jornalista Cláudio Nunes
“É indiscutível que sua coluna é de grande repercussão no Estado, bem como se tornou um dos meios mais democráticos de expor as imoralidades existentes nas entrelinhas do serviço público. Não vou tecer comentários sobre a viagem da PM para a Bélgica, ou o adequado uso do helicóptero da SSP, quero relatar algo que fere diretamente o verdadeiro profissional de segurança pública, sua integridade moral, física e, sobretudo, sua realização profissional.
O fato ocorre na Delegacia da cidade de Santana do São Francisco. Assim como em várias Delegacias do interior do Estado, a de Santana do São Francisco é ocupada exclusivamente por Policiais Militares, que são lotados com a falsa designação de ser um "Destacamento Policial Militar", já que não desempenham suas funções que lhe são legalmente atribuídas. Naquela Delegacia não há policiais civis, nem delegado titular, a área é coberta pela Delegacia de Neópolis.
Não é necessário entrar em detalhes sobre as atribuições da Polícia Militar, pois todos estão cansados de saber que lugar de PM é na rua, no serviço ostensivo, preventivo e repressivo, não tomando conta de preso e de prédio público. Ressalto que a referida delegacia possui apenas uma viatura, que é da polícia civil (não há viatura da polícia militar), o que impossibilita o PM de fazer qualquer deslocamento com a mesma, haja vista que é do entendimento da Procuradoria do Estado, que isso se configura desvio de função, e consequente cometimento de infração por parte do condutor.
Ocorre que tal situação, por mais improvável que seja, foi agravada na última semana. A Delegacia de Neópolis entrou em reforma e todas as suas atividades foram transferidas para a Delegacia de Santana do São Francisco. Isso inclui também os presos, antes eram 05, agora esse número aumentou para 12. Mas pode-se perguntar: e os policiais civis que trabalhavam na delegacia de Neópolis? Eles também foram deslocados? Eles passaram a desempenhar suas funções na Delegacia de Santana do São Francisco? A resposta é NÃO. Por incrível que pareça, todos entraram em gozo de férias.
A situação é revoltante. O PM cumpre seu horário de serviço, é obrigado a desempenhar funções por força da hierarquia e disciplina, e ainda se depara com uma situação dessas. O que passou pela cabeça de quem concedeu férias a todos esses policiais civis? Que os PMs são "burros de carga"?Ah, o efetivo diário de serviço é de 01 ou no máximo 02 PMs. Então, 01 ou 02 PMs são responsáveis por 12 detentos, pelo prédio da SSP e pelo material ali existente (somente as armas são de propriedade da PM).
Nos últimos dias vimos que a liminar que decidia pelo afastamento dos PMs das Delegacias foi cassada sob a alegação de que estão ausentes os requisitos essenciais do risco de grave lesão ou de difícil reparação. Eu pergunto: Qual o grau de risco do PM que sozinho, é responsável durante 24h ininterruptas, por mais de uma dezena de presos? Em uma situação de rebelião ou fuga, ou ainda resgate de preso, quem será responsabilizado? Essa última é fácil responder: o PM (caso sobreviva). Pergunto ainda: Qual a reparação que o PM ou sua família terá do Estado, caso venha a ocorrer alguma fatalidade?”
Fonte: Blog do Jornalista Cláudio Nunes
Nenhum comentário:
Postar um comentário