terça-feira, 26 de abril de 2011

O modo asiático de reduzir a violência


Não há dúvida de que a violência armada - em países afetados por guerras ou não - é um problema global. Mais de 740 mil homens, mulheres e crianças morrem todos os dias em consequência dela, sendo a maioria homens jovens que vivem em centros que passaram por um processo de urbanização rápida em países pobres ou em desenvolvimento. Outras centenas de milhares são intencionalmente feridos, desalojados e privados de seus direitos em consequência da espiral do crime e do conflito.

A violência armada afeta todos os países, mas algumas sociedades são mais afetadas do que outras. No Sul e Sudeste da Ásia, países como Afeganistão, Mianmar, Paquistão, Filipinas e Tailândia são atualmente afetados por conflitos internos e que cruzam suas fronteiras. Outros como Cambodia, Nepal e Sri Lanka estão emergindo da guerra. Paralelamente, Bangladesh e Indonésia, junto com praticamente todos os outros países de ambas as regiões, estão enfrentando uma violência urbana a ponto de estourar a qualquer momento em consequência do crescimento do crime organizado e da atividade de gangues.

Há maus indícios de que a incidência da violência armada no Sul e Sudeste da Ásia possa piorar em breve. Primeiramente, essas regiões concentram as populações mais jovens do mundo. Com entre 40% e 60% de seus habitantes com menos de 30 anos de idade, essas regiões são rotineiramente descritas como "bombas-relógios". Em praticamente todos os países, do Afeganistão ao Vietnam, políticos foram rápidos em arrematar o controle sobre a juventude desempregada, mobilizando-a para o seu ganho político e pessoal. Os efeitos corrosivos desse patronato político e da corrupção institucional estão fazendo uma situação ruim ficar pior.

Subindra Bogati e Robert Muggah


Fonte: Comunidade Segura

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