"Venho por meio desta mensagem chamar a atenção para os excessos cometidos contra as turmas do CFO1 e CFO2, tropa executante, no último acampamento realizado nos dias 15, 16 e 17 deste mês. É muito triste observar que uma polícia que se auto-denomina moderna e respeitosa dos Direitos Humanos comete arbitrariedades contra seu próprio público interno. A Academia de Polícia Militar, berço de nossa instituição, deveria ser local para pregar e praticar valores de dignidade e respeito ao ser humano. Mas isso não existiu no famigerado Batalhão de Manobras Dragões (acampamento 2012 do CFO). Não se sabe se essa reprovável conduta partiu do Curso Líder (CFO3) ou se foi determinação do Comando da Escola de Formação de Oficiais (EFO). Fato é que os militares não tiveram respeitados princípios básicos inerentes a qualquer pessoa. Citaremos apenas alguns exemplos do que aconteceu no CITT (Campo de Instrução Treme Terra do Exército Brasileiro):
- Na Pista de Aplicação Policial Militar foram encontrados cacos de vidro nos locais destinados ao rastejo dos militares; não se sabe se foram colocados ou se por, negligência, foram esquecidos lá;
- Todas as refeições (café, almoço e jantar) tinham tempo cronometrado (de 5 a 10 min) para serem executadas; além de isso fazer mal à saúde, trouxe um enorme desperdício de alimentos (e de dinheiro público) vez que quase ninguém conseguia comer todo o alimento nesse tempo; o que restava era jogado fora;
- A tropa executante dormia, em média, 2 horas e meia por dia, mas durante esse período de descanso, sempre foi acordada ao som de bombas e com a utilização de gás lacrimogênio;
- Oficiais da EFO jogavam, DELIBERADAMENTE, gás pimenta no rosto de militares da tropa executante, enquanto esta realizava os exercícios propostos;
- Diversos militares tiveram sua dignidade ferida quando, em suas fardas, foram afixados sacos de lixo, simbolizando capas de super herói; esses militares eram obrigados a realizar as atividades com esses sacos;
- A mais nova aquisição da PM, as armas de menor potencial ofensivo denominadas TASER foram testadas na própria tropa executante.
Gosto muito de nossa instituição e meu intuito aqui é denunciar fatos que estão na contra-mão da história. A ditadura militar acabou há muito tempo e a PMMG deve cuidar e respeitar o ser humano, categoria na qual o policial também se enquadra. Essa situação deve ser divulgada para que não sejamos, novamente, reféns do silêncio. Não irei me identificar para também não ser vítima de um sistema que se baseia na retaliação."
Fonte: Blog da Renata
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