terça-feira, 15 de janeiro de 2013

"Não ousamos tocar no cordão umbilical que liga as Polícias Militares ao Exército”, diz ex-secretário nacional de Segurança Pública

Escritor que inspirou o filme Tropa de Elite afirma não entender por que a Constituição de 1988 não alcançou os militares.

Luiz Eduardo Soares já foi secretário nacional de Segurança Pública e titular da mesma pasta no estado do Rio de Janeiro. Já escreveu vários artigos e livros sobre a temática, entre eles a obra Elite da Tropa, que acabou por inspirar o filme Tropa de Elite. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o escritor – que é também antropólogo – tocou num assunto extremamente discutido nos pátios dos batalhões de Polícia Militar brasileiros: o sobrenome ‘militar’.

Em artigo publicado recentemente, Luiz Eduardo disse que “não ousamos tocar no cordão umbilical que liga as Polícias Militares ao Exército”, fazendo alusão aos 25 anos da Constituição Federal de 1988 sem que, nesse ponto, nada tenha sido mudado.

- Já escrevi muito a esse respeito, mas nunca me dei por satisfeito. Sempre me pergunto: como é possível que um país que se transforma todo o dia possa enfrentar um de seus maiores problemas, a insegurança pública, com instituições organizadas pelo passado. Claro, na transição era preciso aceitar as imposições dos militares. Mas se passaram 25 anos. Não há como justificarmos nossa inércia com temores de golpes militares – declarou Luiz Eduardo.

Cidadania limitada

A Constituição de 1988 é chamada por muitos de “Constituição Cidadã”, uma vez que rompeu com o período [muito pouco saudoso] da Ditadura Militar no Brasil, trazendo preceitos democráticos e ampla liberdade de opinião e manifestação do pensamento para a sociedade brasileira.

Exceto para os militares.

Fonte: Paraíba no QAP

Um comentário:

  1. Infelizmente, o militarismo não vai acabar tão rápido, talvez nunca acabe. Se acabar, como ficarão os oficiais superiores (q não fazem exatamente nada, além de querer punir os subordinados) sem ter em quem mandar e punir? Esse militarismo, do tempo da ditadura, só faz sufocar os pequenos e enriquecer ilicitamente os grandes. Por exemplo: fazer policiamento ostensivo em postos de gasolina, supermercados, porta de bancos, não "enxergar" o jogo do bicho, enquanto o Comandante do batalhão da área recebe dinheiro da contravenção etc. Enquanto os "administradores" da PMSE brincarem de polícia e bandido, a insegurança pública reinará. E tb qdo o MP só servir pra querer punir os pms q faltam ao serviço, transformando uma transgressão disciplinar em crime militar, nada mudará nessa porcaria q chamam de militarismo. Que venha a minha punição agora!!!

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