Delegado Paulo Márcio. Arquivo Aspra
Sabe aquele lugar comum do jornalismo político que aconselha não reunir à mesma mesa para um cafezinho dois desafetos? Vale neste momento para o governador Jackson Barreto e o presidente da Associação dos Delegados de Polícia de Sergipe (Adepol), Paulo Márcio. O delegado espelha o sentimento da categoria, cuja paciência com o chefe do Poder Executivo foi para o espaço. Leia o recado de Paulo Márcio para o governador Jackson Barreto.
“Quando ele for para a campanha fazendo promessas, vou para televisão e para o rádio dizer que é mentira. Um governador que mente para um delegado de polícia o que dirá para um cidadão do interior do estado? Um governador que mente para um secretário de Segurança, um secretário geral, 144 delegados de polícia, como é que tem moral para pedir voto para um candidato dele? Eu desafio o governador a dizer que não mentiu para a categoria. Disse que iria encaminhar todos os projetos à Assembleia Legislativa e, de uma hora para outra, mudou de ideia”, lamentou Paulo Márcio, ao ser entrevistado na Ilha FM, hoje.
O delegado Paulo Márcio prossegue o desabafo assegurando que os delegados de polícia não aceitam mais o que define como jogo do governador. “A sua enrolação, a falta de competência do seu governo e o cinismo com a categoria. Eu não vou assumir a responsabilidade de ser chamado de mentiroso. Eu tenho compromisso com minha categoria e quando o senhor for às ruas pedir voto eu vou dizer para seus eleitores que o senhor mentiu para toda uma categoria”, prometeu.
Aí eu pergunto: e Jackson Barreto vai às ruas pedir voto, é? Será candidato? Certeza? Ele não deu a palavra que vai se aposentar, ao final do mandato, em dezembro de 2018? Bom, palavra dada em xeque, Paulo Márcio continua. Ele agradece a Deus o fato de os dias estarem passando e o governo Jackson Barreto se aproximando cada vez mais do seu fim.
“Estamos nos aproximando do final deste governo, cuja incompetência, burocracia, falta de compromisso são frustrantes, não só para a sociedade, mas para as categorias que estão reivindicando situações não só financeiras, mas melhorias na qualidade de vida, na prestação de um trabalho. São 240 dias de negociação com dezenas de assembleias, de reuniões nos diversos gabinetes, mas é um prazer que esse governo tem de massacrar as categorias”, lamenta.
O presidente da Adepol ressaltou que a categoria entende que o problema não reside nos colegas João Eloy e Katarina Feitosa, secretário de Segurança e delegada geral, mas no próprio governador do Estado.
“A categoria não tem a mínima confiança no governador. Foi ele quem recebeu a categoria no palácio, no dia 14 de dezembro de 2016, e firmou um compromisso. Se ele não tivesse firmado, não estaríamos dizendo o que temos dito. O governador humilhou a categoria dos delegados. Eu não sei por que tem dois delegados secretários de Estado, porque doutor Cristiano Barreto e doutor João Eloy deveriam, em solidariedade, entregar os cargos imediatamente. Por que delegado num governo que não tem o mínimo de consideração pela categoria?”, indagou.
Volto a indagar: há clima para um café?
Joedson Telles - Universo Político
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