MPE quer saber como foram investidas as verbas destinadas à associação
Os promotores que compõe o grupo de combate a corrupção do Ministério Público Estadual (MPE) detalharam na tarde desta quinta-feira (23) a operação para o cumprimento de mandados de busca e apreensão na sede da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e Bombeiros Militares de Sergipe (Assomise) e na residência do presidente da instituição, o major Adriano Reis.
“Apreendemos documentos, computadores e um livro com o nome “verbas de subvenções, que levamos para investigação no laboratório da Polícia Civil”, disse o promotor Henrique Cardoso, que realizou diligência na casa do presidente da Assomise.
A Assomise foi uma das beneficiadas com as verbas de subvenção da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) durante o ano passado. Para ela, foram destinados R$ 844 mil por indicação do deputado Capitão Samuel (PSC). Agora, os promotores querem saber em quais ações esse dinheiro foi aplicado.
“Se a Assomise conseguir provar que ele foi gasto em benefício da obra, vamos tratar da segunda questão: o dinheiro não foi desviado para alguém e ficou em poder dele. Vamos verificar ilegalidade ou não do encaminhamento desse recurso que defende interesses de seus associados”, observou Cardoso.
O promotor Bruno Melo acrescentou que a Assomise não apresentou a prestação de contas referentes aos recursos recebidos no ano passado, que foi solicitada durante os procedimentos investigatórios do MPE. “Decidimos tomar essa medida mais drástica para saber o que foi feito para com essa verba”, reforçou.
Nada a temer
Quando os mandados foram cumpridos, major Adriano Reis disse, em entrevista coletiva que não ficou surpreso com a operação, pois não tem nada a temer. “Estou tranquilo, pois já entreguei quase 100 quilos de documentos ao Terceiro Setor (promotoria do MPE), o balancete todo da Associação referente aos 12 meses de 2014”, alegou.
No último mês de 2015, o presidente da Assomise prestou depoimento na Justiça Eleitoral.A Procuradoria Regional Eleitoral (PRE/MPF) argumenta que a associação não se caracteriza como entidade beneficente por ser entidade de classe. O major voltou a justificar o envio das verbas.
“Eu expliquei a ela (procuradora federal Eunice Dantas) nos meus depoimentos, que nós patrocinamos desportos, cedemos nosso espaço público às comunidades do Barrozão e do Santa Maria, apoiamos o Projeto Amiguinhos da Polícia, do sargento Sandro e este ano instalei o projeto Brigada Mirim, que atende 30 crianças”, finalizou Reis.
Fonte: F5 News
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