Policiais em protesto. Foto FENAPEF
Foi um dia inédito, um marco para as categorias de segurança pública. Pela primeira vez, as entidades de policiais e profissionais de segurança pública de todo o país, ignorando diferenças históricas, uniram forças e em voz uníssona protestaram ontem, 8, em frente ao Congresso Nacional, contra a PEC 287/16, que retira da Constituição Federal a atividade de risco dos profissionais de segurança pública. Cerca de 10 mil, segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, policiais de 30 categorias, carregando cartazes e cruzes, simbolizando os policiais mortos em razão da atividade e deram clara demonstração de força contra a reforma da Previdência.
A passeata foi o ponto alto do ato pelo “Dia Nacional em Defesa da Aposentadoria dos Profissionais de Segurança Pública”, promovido pela União dos Policiais do Brasil, que contou com o apoio explícito de pelo menos 27 deputados federais. Num discurso inflamado e empolgante, Luís Antônio Boudens, convocou todos os profissionais que vieram de várias partes do Brasil e outras lideranças sindicais a prosseguirem nessa cruzada contra a “pena de morte” que o governo está impondo a todos os policiais.
Hoje é o marco inicial de uma luta que tem tudo para demorar no mínimo seis meses, precisamos mobilizar o Brasil, todos juntos nessa briga desses grandes líderes que representam a UPB, entidade que já é uma realidade nacional. Qualquer um no Congresso Nacional ou no Executivo que quiser forçar a retirada da nossa atividade de risco da Constituição Federal terá que nos enfrentar em todo país e não vai ser fácil eles vencerem essa guerra, pois a partir de hoje nós vamos promover mobilizações rotineiras em todo Brasil”. anunciou Luís Boudens.
O ato impressionou não apenas pelo número de participantes, mas pelo impacto visual das centenas de cruzes e “lápides” fincadas no gramado em frente ao Congresso, balões e carros de som – o que chamou a atenção da mídia, que acompanhou a força do movimento. O evento procurou chamar a atenção dos governantes sobre a ameaça à sociedade em ter uma polícia cada vez mais envelhecida nas ruas, incapaz de fazer frente à escalada de violência no país.
A proposta de emenda constitucional 287/2016 em tramitação no Congresso Nacional pretende retirar da Constituição Federal o artigo que reconhece a atividade de risco dos profissionais de segurança pública nos critérios de concessão da aposentadoria. Pelas regras apresentadas, para obter aposentadoria integral, o policial terá que contribuir por 49 anos, aposentando-se próximo aos 70 anos de idade, o que excede a previsão de expectativa de vida da categoria.
A categoria de policiais federais foi representada pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) e os representantes de sindicatos dos 26 estados e Distrito Federal. O ato aconteceu simultaneamente em Alagoas, Bahia, Manaus, Ceará.
Fonte: Fenapef
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