Cabo Lotin. Presidente da Anaspra
A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO) da Câmara dos Deputados realizou na quarta-feira, 10 de maio, uma audiência pública para tratar da “Reforma Previdenciária, suas consequências e reflexos para os integrantes e os órgãos encarregados da segurança pública e persecução penal". Além do presidente da Associação Nacional dos Praças (Anaspra), Elisandro Lotin de Souza, participaram representantes de diversas categorias da segurança pública.
A pedido do deputado Subtenente Gonzaga (PDT-MG), foram convidados para participar do debate representantes de policiais, bombeiros, procuradores e promotores. “Os militares das Forças Armadas, os militares estaduais e do Distrito Federal, policiais e bombeiros militares vão ter a sua situação previdenciária discutida em projeto de lei complementar apartado”, explica o deputado.
Segundo Lotin, não tem como fugir do debate sobre o impacto da Reforma da Previdência junto ao conjunto dos trabalhadores brasileiros, pois afeta também os operadores da segurança pública. "O tema é segurança pública e previdência, mas não tem como fugir do debate sobre a reforma da previdência em um contexto macro porque essa reforma, tal como apresentada no Congresso Nacional, afeta a sociedade como um todo, afeta os direitos sociais, e isso também vai trazer problemas para a área de segurança pública, direta ou indiretamente", disse o presidente da Anaspra ao abrir os trabalhos da audiência.
O presidente da Anaspra ressaltou ainda o erro grotesto do Governo Federal quando coloca todo mundo no mesmo pacote "ignorando peculiaridade das profissões", como é o caso dos policiais e bombeiros militares estaduais e outras carreiras da segurança pública no país. Ele citou ainda os professores, profissionais da saúde, trabalhadores rurais, entre outras carreiras. "Para os profissionais da segurança pública, os números, os fatos, dizem isso", resumiu Lotin após enumerar as idiossincrasias da profissão militar, entre elas, a morte de 500 PMs por ano. "Estamos sendo alvejado e caçados pela marginalidade e a única coisa que os governos fazem é retirar direitos".
Em seu pronunciamento, Lotin também falou sobre o suposto déficit na previdência. "Não existe déficit, o que existe é má gestão do recurso público e aplicação em lugar errado. Mas, infelizmente, os governos tem acatado e serviço os interesses que não são da classe trabalhadora brasileira."
Por fim, o presidente da Anaspra agradeceu o empenho dos militares ligados às causas do praças para tratar da peculiaridade dos praças. "O fato é que a reforma da previdência no seu conjunto é muito grave porque vai trazer problemas de segurança pública para nós e para nossas famílias, porque policial não é filho de chocadeira, porque tem pai, mãe e filhos. Por isso, temos que desconstruir esse discurso de livrar só o nosso e temos que discutir a retirada do projeto do Congresso Nacional."
Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados
Nenhum comentário:
Postar um comentário